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A ou B

por the fazz, em 12.09.10

Ele tenta abrir o vinho, com certa dificuldade. Fica enrubescido, tenta se explicar, pedir desculpas pelos utensílios da sua cozinha que não colaboram e, aparentemente, tentam arruinar seu encontro.

- É... desculpe, eu sempre passo vergonha com esse saca rolhas... ele... não perfura a rolha direito, tá vendo? Eu já estraguei outros vinhos antes, a rolha desmancha, precisa pressionar primeiro assim antes de começar a rosquear... tem um certo jeitinho, espero que dê certo... e... é.... desculpe...

- Eu acho que não tem graça nenhuma uma casa que funciona... onde tudo funciona...

Ele interrompe o pequeno truque e começa a ouvi-la, com curiosidade.

- ... É, cada casa tem um truquezinho. Um macete pra abrir a porta, um jeitinho de fazer a luz do corredor acender... é como se fosse um pet que só faz graça pro dono e pra mais ninguém.

- Bem, obrigado por usar um pouco de poesia pra impedir que eu me sinta um desleixado...

- Não, não é pra se envergonhar. É só mais uma que a sua cozinha apronta pra transformar você num herói de uma pequena conquista, como abrir uma garrafa de vinho.

Ele a olha com demora. E como não se decide se revela o que está pensando ou suspira, acaba por fazer as duas coisas, concomitantemente.

- Eu gosto de você.

Daí, acontece algo muito familiar à algumas pessoas. Ela não quer cometer a gafe de ter ouvido algo que não foi pronunciado. Tenta buscar na memória frases com semelhança fonética, que talvez não sejam tão boas quanto o que ela acha que acabou de ouvir. Mas decide arriscar.

- Você gosta de mim?

- Gosto. Muito.

- Mas... você gosta mesmo ou... só está... talvez um pouco sugestionado... pelo momento, pelo vinho, pela música... porque essas coisas acontecem, eu entendo... tipo, você sentiu isso agorinha e bateu uma vontade de dizer algo que encaixasse com a situação, é isso?

- Qual era a primeira opção mesmo?

- Se você gosta mesmo de mim.

- É, vou continuar com essa.

 

(Livremente inspirado no saca rolhas de Rodrigo de Março)

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publicado às 17:08

Nossa história no jornal de amanhã

por the fazz, em 31.08.10

- E então? Você topa ou não?

 

- Olha, é tentador, mas... acho melhor não.

 

- Mas como assim? E o discurso de minutos atrás do tipo “a vida é curta”, “a juventude voa”, “você é mesmo uma graça”?

 

- Eu não disse que você era uma graça.

 

- Não? Pensei ter ouvido isso...

 

- Você não vai me levar pra cama.

 

- Não foi o que eu propus.

 

- Mas é sempre assim. Começa com “a gente pode só dormir”, continua com “não vai acontecer nada que você não queira” e termina com a minha ansiedade pela ligação do dia seguinte que nunca vai acontecer.

 

- Eu sei que é difícil de acreditar, a gente só se conhece há 2 horas, mas eu juro que nunca senti o que eu tô sentindo agora por ninguém antes. Eu não quero só te usar essa noite!

 

- Viu só? É muito charme, inteligência e espírito numa pessoa só.

 

- E o que há de errado nisso?

 

- É o perfil de qualquer psicopata!

 

- Ah, por favor! Eu não sou psicopata! Pensa em como seria incrível contar pros nossos filhos de como você me conheceu. Que fomos movidos por uma paixão intensa, imediata e mútua. E que depois de um vinhozinho, você aceitou ver o sol nascer e tomar um café da manhã comigo numa linda varanda em Búzios.

 

- Mas e se der tudo errado?

 

- Como poderia dar errado?

 

- Sei lá, eu sempre me defendo de fazer coisas estúpidas, coisas que na hora parecem super atraentes, imaginando o jornal do dia seguinte.

 

- O que o jornal do dia seguinte diria disso?

 

- Sei lá... talvez “jovem é morto e esquartejado numa casa de praia afastada do Rio de Janeiro. Testemunhas afirmam ter visto uma mulher aliciando o jovem com bebidas e falsas promessas”.

 

Eles riem.

 

- Desculpe. Eu sei que você não é psicopata nem nada. Mas é um mundo cão, sabe como é...

 

- Nem toda mulher quer só um pouco de estrogênio pra manter a pele bonita. Às vezes a gente também quer um pouco de romantismo, não seja tão cético.

 

- Que sorte a minha. E você é linda. A mulher que eu sempre sonhei em passar o resto da minh...

 

- Ei, ei! Calma, eu disse “às vezes”. Agora mexa essa bunda, meu carro tá parado logo ali.

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publicado às 03:21

Sabedoria manda beijos

por the fazz, em 26.08.10

Português gesticulado é melhor que portunhol sem vergonha.
Eu sei a personalidade de uma pessoa analisando o que ela calça.
Frear um carro com o pé esquerdo não é boa ideia.
Só o Roberto pode empregar "lhe" nas suas canções.
Eu sei dar beijo que cura soluço.
Eu leio o futuro na borra de Nescau.
Eu sei de tudo isso. E eu sei de muita coisa.
Eu só nunca, nunca sei se o beijo do segundo encontro vai ser na boca ou no rosto.
Merda.

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publicado às 01:53

Pendências

por the fazz, em 24.08.10

Ir ao banco é algo que ninguém além de Cíntia gosta de fazer. Tem gente que reflete sobre a vida durante um banho quente. Caminhando num parque. Dirigindo a 70 km/h. Cíntia reflete sobre a própria existência enquanto preenche envelopes de depósito bancário. Porque não há nada menos atraente que um ambiente de banco, e na primeira tentativa de fuga, até mesmo a sua vida é mais interessante que aquilo. Seu fluxo de pensamento é interrompido por uma voz familiar:

 

- Cíntia? Porra, quanto tempo!

 

Ela dá o melhor meio sorriso que consegue. Olha alternadamente pro chão e pras pessoas na fila preferencial.

- Pois é, né... tempão...

- Você cortou o cabelo! Ficou muito bom... muito bom... putz, agora lembrei que você deixou seu livro lá em casa, preciso te dev...

- Gema, você pode me fazer um favor? Hum?

- Claro, claro! Manda.

- Tá com celular aí? Liga num número pra mim, é bem rápido.

- Claro, pode falar.

- 99...

- Hum...

- 78...78...34.

- Tá chamando.

Os dois ouvem um ruído abafado de celular tocando muito próximo dali. Ele acha graça, até observá-la abrir a bolsa e perceber o toque cada vez mais cristalino. Inexpressiva, ela busca o celular no interior da própria bolsa. O display luminoso avisa que "GEMA está chamando". Ela pressiona o botão "desligar" e rejeita satisfeita a ligação.

- Obrigada, Gema. Só queria ter certeza que você não sofre de alguma dislexia, você provou que realmente tem habilidade pra fazer isso. Parabéns!

 

Ela vai em direção à saída, levando consigo, conformada e autoindulgente, um gordo maço de envelopes para depósito.

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publicado às 04:06

Ele bate à porta. Ela bate a porta.

por the fazz, em 17.06.10

Ele bate à porta.

- Leila! Que bom, você não mudou! Eu pen...
- Amigo ou namorado?
- Ahn?
- Amigo ou namorado, Carlão?
- Leila, eu...
- Eu não vou perder tempo nessa conversa...
- Essas são mesmo as únicas alternativas que...
- Amigo ou namorado, Carlão, eu não tenho a vida inteira e eu não gosto desse corredor, amigo ou...
- Eu tava com saudade, queria saber...
- AMIGO OU NAMORADO, DESEMBUCHA!
- AMIGO. Amigo, Leila.

Eles suspiram.

- Viu como a gente se poupou dessa vez?

Ela bate a porta.
Ele fica sem reação, do lado de fora. Ela resolve bater um bolo, do lado de dentro.

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publicado às 22:04

Conto nº2 para o dia dos namorados

por the fazz, em 14.06.10

Querido Deus, me sinto terrivelmente sozinha. Eu sei que esse é o tipo de coisa que talvez eu não devesse pedir, afinal, aprendi que o Senhor não é amuleto ou guru de amarração para o amor. Mas como hoje é dia dos namorados, sinto que serei imediatamente perdoada se ousar pedir um amor. Eu sei que não é assim que acontecem os seus milagres, e também não espero que o Senhor ponha um homem incrível aqui, diante de mim, como mágica. Eu só pensei que, qualquer dia desses, quando se sentir inspirado, o Senhor poderia me arranjar um belo blind date com alguém especial, que saiba notar as minhas qualidades e relevar os meus defeitos com facilidade. Que seja sensível e saiba dizer a coisa certa nos meus momentos difíceis. Que seja afetuoso, inteligente e tenha bom humor. Que me compreenda e me faça r...

- Com licença, moça... eu não quero parecer atrevido... e eu tenho certeza que vai parecer loucura o que eu vou dizer, mas eu senti que se não falasse com você, o resto da minha vida estaria arruinado. Eu sei que mal te conheço, mas se você aceitar tomar um café comigo, eu tenho certeza de que posso te convencer que não sou louco e quem sabe, fazer com que você sinta também o que eu acabei de sentir, se voc...

- Obrigada pela gentileza, mas não obrigada.

Ai, Deus, o Senhor não me deixou terminar. Eu ainda ia mencionar "bonito" e "que não use Crocs".

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publicado às 15:11

Conto nº1 para o dia dos namorados

por the fazz, em 14.06.10

Ela resolveu enfiar o dedo na ferida e decidiu ir sozinha ao cinema no dia dos namorados. Escolheu um filme que tem sido exibido desde 2007, sobre pessoas solitárias com problemas de relacionamento, naturalmente.

É a primeira sessão da tarde e, para seu alívio, ainda há poucos casais no cinema. Acomodou-se desconfortavalmente, deslizando o próprio corpo na poltrona, de forma que não fosse possível ser enxergada pelos casais da sala. E então, a uma poltrona de distância, o improvável. Usando os mesmos métodos de distanciamento do campo de visão alheio, estava um rapaz. Ele segurava com dificuldade uma pipoca tamanho combo especial de dia dos namorados. Era um desafio comer aquilo sozinho. A garota do caixa também tentara (com aquele entusiasmo monofônico) persuadí-la a levar a pipoca combo especial do dia dos namorados por um preço reduzido. E também tentara convencê-la a levar o tamanho grande do refrigerante diet. Ela sabia que a pipoca tamanho combo especial de dia dos namorados era o maior atestado de sua solidão. E que era necessário estar muito deprimido pra pedir um refrigerante grande para se beber sozinho, mesmo que fosse diet.

Observando o rapaz de rabo de olho, ela imaginou que já devia ter suspeitado que ir sozinha ao cinema no dia dos namorados era a melhor forma de encontrar alguém tão solitário quanto ela. Geralmente, buscar alguém por outros meios é como tentar achar uma agulha no palheiro. Mas nesse caso, ele era uma vela acesa no escuro. Uma bela vela, digna de admiração.

E aconteceu, que ali no meio dos trailers e dos beijos incovenientemente sonoros, um outro ruído atraiu a sua atenção: o rapaz se engasgara com uma pipoca e tossia vigorosamente. Foi o necessário pra que ela eliminasse o assento de distância e oferecesse um gole do seu refrigerante pequeno diet. E aquela pipoca tamanho combo especial de dia dos namorados finalmente cumpriu sua missão de servir dois, e não um só.

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publicado às 00:02

Eu falo agora para não calar-me para sempre

por the fazz, em 15.05.10

Essa noite sonhei com você
no meu sonho, você casava
com a Mariana Ximenez
que golpe miserável
que golpe lazarento
você, não contente em casar,
na minha cara,
ainda casava com alguém
que eu tanto detesto
detesto tanto quanto
se podem detestar pessoas
que você nunca conheceu de fato
Acordei
e não houve alívio
porque por mais que eu queira
e saiba que é saudável
você bem longe de mim
você um dia vai casar
e qualquer uma delas
qualquer uma que seja
será para mim
uma Mariana Ximenez.

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publicado às 14:49

"Quando eu era pequeno, achava que era grande. Quando eu cresci, eu encolhi"*

por the fazz, em 29.04.10

Ele nasceu durante meu hiato de 10 anos no Juazeiro do Norte. Esse é o nosso primeiro encontro. Agora ele já tem 8 anos e está me observando com um olhar curioso. Mas é família, e devo acrescentar, família nordestina. Isso quer dizer que a gente já se gosta só pelo cheiro. Aos poucos, trocando as primeiras palavras, começo a compreender que o enigma nos seus olhinhos está longe de envolver somente as curiosidades inerentes sobre a prima da cidade grande (que era somente um nome até então). É uma investigação séria sobre algo que só uma incógnita genuinamente infantil poderia suscitar.

- Ei... quantos anos tu tem?


- Vinte e oito.


- EITA! - ele lança impiedoso. Graças à grande distância do período da minha TPM, eu encaro com graça a inevitável franqueza de uma criança.

Mas o ponto de interrogação ainda não se apaga do seu rostinho alvo. Com uma expressão ainda mais confusa, ele investe uma nova pergunta:

- Tu é jovem?

Aí está. Olho ao meu redor e compreendo defintivamente que é mesmo difícil me catalogar. Eu não sou como os outros primos pequenos, e também não pareço sua mãe. Eu sou muito grande pra ser uma criança e muito solteira pra ser gente grande.

- Jovem? Acho que sim. Espero que sim.

Ele abriu um sorrisão, ainda cheio de dentes de leite. E eu acompanhei como num bocejo. Resta ainda uma última dúvida. Ele tá pronto pra encerrá-la:

- Qué dizê que tu pode brincar com a gente?


- Sim. Claro que posso.


- Então bora brincar de algo que criança e jovem pode brincar.

E aí, colega, entenda que se você aceitou o desafio de ser jovem, você não tem a obrigação que teria uma criança de gastar toda a sua energia tentando alcançar a velocidade da luz. Mas espera-se um pouco de esforço da sua parte. Pelo menos, um pouco mais do que investiria alguém que faz parte da tag "gente grande".

 

 

* Trecho da música "Do you remember Laura", da lindíssima Lulina.

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publicado às 02:49

"A gente combina"

por the fazz, em 20.04.10

- Bom dia, mocinha.

 

- Gente, você já ligou mesmo?

 

- Hummm... isso é ruim?

 

- Não, não é. Eu tô feliz que você tenha ligado. Mas você sabe, né, você perdeu uma grande oportunidade de gerar toda uma expectativa até o fim do dia.

 

- Qual o sentido? (Ele ri) Eu não quero joguinhos com você. Eu só tive vontade e liguei. Acho que não tem nada de errado nisso. Tem?

 

- Não, claro que não. Essa sou eu reagindo à algo incomum. Incomum e fofo.

 

- É. Vai acostumando porque eu tenho essa mania besta de ser incomum e fofo.

 

Ela sorri silenciosa. Mesmo sem ruídos, ele sabe que ela está sorrindo.

 

- Quer tomar uma cerveja mais tarde?

 

- Aceito, mas preciso saber de uma coisa.

 

- Manda.

 

- Quando a gente se encontrar, vai rolar um beijo no rosto ou na boca?

 

- ...como?

 

- É que sempre tem aquele impasse de segundo encontro, né? Teoricamente a gente já se beijou hoje, eram 3h quando cheguei em casa... mas ainda assim, se a gente vai com intenções diferentes e rola um beijo desencontrado, fica aquele desconforto de pelo menos 30 segundos... mentalmente a gente leva a mão à testa: "droga! ele ia beijar na boca!" e sei lá... eu só pensei que se a gente combinasse antes, podia evitar esse constrangimento...

 

Grato pelo advento do telefone que ainda impede que as pessoas enxerguem a expressão de quem está do outro lado da linha, ele suspira e responde.

 

- Ok. Não vejo mal nenhum em ser na boca. Pode confiar que eu não vou desviar.

 

- Ótimo.

 

- Que horas posso te pegar?

 

- Só mais uma coisinha. Já que você vem me pegar e a gente vai descer do carro juntos rumo ao bar, só me esclareça se a gente vai andar de mão dadas ou não.

 

- Por que a gente não espera pra sentir na hora, Natália?

 

- Porque não funciona. É o mesmo caso do beijo desencontrado.

 

- Então me diz, o que você prefere?

 

- Ah, eu prefiro mão dada. E ao contrário do que a maioria de vocês acredita, não tem nada a ver com "demonstrações de compromisso sério". É por conforto mesmo. Ninguém anda na rua super à vontade calculando a distância que tem que manter do outro. E muito menos tentando lugares alternativos pra se botar a mão. Não me venha segurar pela nuca, ou se apoiar no meu ombro, por exemplo. Dá muita agonia. Pode ficar tranquilo que por mãos dadas eu não entendo que é preciso encomendar as alianças.

 

- Ok, Natália. Enquanto houver uma calçada pra ser caminhada, ela será caminhada de mãos dadas. Combinado? Mais alguma solicitação?

 

- O beijo.

 

- O beijo? Você quer combinar o beijo?

 

- É. Ontem a gente bebeu um pouco e talvez isso tenha interferido, mas só pra assegurar que algumas coisas não se repitam, a gente pode combinar que língua enrijecida não ajuda em nada.

 

- Do que você tá falando?

 

- Que não precisa deixar a língua tensa, querido. Nem usar aquele método "mixer".

 

- Que diabo de método "mixer"?

 

- Aquele em que você deixa a língua girando, sem parar... tipo, minha boca não é uma betoneira. Dá náuseas, sabe?

 

- Escuta, você tem certeza de que já saiu com outros caras antes?

 

- Claro, e nenhum deles batia dente. É muito desagradável. Acho que se você for com calma, a coisa acontece, não tem porque se desesperar durant...

 

- Olha, Natália, acho que é melhor a gente cancelar essa cerveja, ok? Acabei de lembrar que tenho um compromisso inadiável. A gente se fala, tudo bem?

 

- Poxa... você tá me dando um fora antes mesmo de me conhecer direito?

 

- Acho que conheci o suficiente.

 

- Ok, é um direito seu. Mas posso pedir uma coisa?

 

- Por que não, né?

 

- Assim, já que a gente frequenta os mesmos lugares, vez ou outra a gente vai acabar se encontrando e vai ficar aquele clima chato de fingir que não se viu, ou de dar um "oi" falso como se nada tivesse acontecido... a gente podia estabelecer regras de como a gente se comporta quando estivermos com amigos em comum ou como evitar que você, desavisado, acabe beijando uma amiga minha por aí e...

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publicado às 02:03


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