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Que saudades dos tempos em que as declarações de amor ainda eram feitas por vídeo mensagens holográficas. Hoje tudo o que resta são esses impulsos eletromagnéticos convertidos em meta-sensações. É duro aceitar que não há mais romantismo como antigamente.
Existe muita maldade no mundo. Muita mesmo. Mas nada se compara à crueldade das pessoas que criam zípers nas costas de uma blusa. Desses que nunca se pode fechar sem a ajuda de uma outra pessoa. A gente aprende a apreciar as vantagens de ir ao cinema sozinha (como sempre achar um bom lugar pra uma pessoa, mesmo quando o filme já está pra começar). E aprende a sempre ter um amigo gay que nos divirta em programas em que geralmente só vão casais. Mas não se pode escapar da imensurável agonia de não conseguir fechar um zíper. É tão fácil disfarçar nas outras situações... mas na solidão do seu quarto, enfrentando uma blusa malignamente concebida, fica ainda mais claro que falta uma metade de você.
Ontem lembrei da nossa despedida em Lisboa.
Eu tive de te abraçar 2 vezes.
Ainda me lembro de ir a descer as escadas rolantes para o metro e de pensar que devia ter dado um terceiro.
Não saia nem entre após aviso de fecho das portas.
Retire o seu dinheiro.
Aguarde a sua vez.
Cuidado com os carteiristas.
Exija factura.
Segure-se bem.
Te perco, doce coração.
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